O Salão



João era um homem na casa dos quarenta. Careca, de média altura, bem musculado e uma ligeira protuberância abdominal. Era portador de um irresistível charme e boa conversação. Por onde passava deixava um rasto de boa disposição. Era novo na terra, estava lá numa comissão de serviço, mas a sua presença e a sua fama de pinante rapidamente se espalharam pelas senhoras, tornando-o alvo de olhares curiosos e um pouco mais do que isso. Ele não se importava, antes pelo contrário.
Naquele momento, as suas solicitações resumiam-se a umas visitas sexuais a uma mulher casada, que tinha o marido acamado, completamente inerte derivado de um forte AVC hemorrágico. Pouca coisa para um homem como ele. No entanto, a mulher era fogosa e insaciável. Esgotava-o completamente.
Tinha acabado de sair da casa dela e ainda ofegante, encaminhou-se para o salão de beleza, para fazer a sua depilação habitual. Tinha aversão aos pelos.
Abriu a porta e dirigiu-se à rececionista:
- Boa tarde! - Cumprimentou, com voz firme. - Como vais Anabela, está tudo bem? Já vi que estás muito atarefada.
Anabela tinha um fraquinho por ele, mas era coisa só dela. Era uma rapariga muito sensual e espevitada. Tinha sempre resposta na ponta da língua. Fazia depilações integrais e certa vez, colocou um cliente na rua, todo nu. O infeliz teve uma ereção com a depilação. Ela não o admitia. Se quer integral, que é um capricho, tem que assumir as consequências. Eu não estou para o aturar, vá curar isso lá para fora! Foi risota geral.
Nesse dia como hoje, o salão estava cheio de gente. Senhoras e mais senhoras a tratar do cabelo, a fazer madeixas, a tratar das unhas e dos calos.
- Tenho uma marcação com a Carla, para a minha depilação. - Disse o João com o ar jovial que lhe é característico.
- Temos um problemazinho, Sr. João. A Carla teve que ir ao médico com o filho, sabe como são as crianças! Acho que se sentiu mal e está com febre. Não se importa de fazer com a Ana?
– Ana… - chamou Anabela - podes vir aqui?
- Sim, já vou. – Respondeu Ana.
A sua voz era doce, firme com um ligeiro sotaque algarvio.
- O que se passa?
- Olha, estás disponível para fazer a depilação ao Sr. João? A Carla teve que ir ao médico com o filho.
- Bem, se não for muito demorada? - Retorquiu ela. - Tenho uma marcação para daqui a uma hora.
- Não, é só costas, peito e meio braço.
- Ok, pode ser. Vamos?
João olhou-a, discretamente. Ana era uma esteticista prendada, com um ar exótico, não muito alta. Vestia uma blusa bem decotada, revelando uns seios firmes e bem definidos. A bata que trazia vestida encobria-lhe as calças justas que lhe vincavam um sexo voluptuoso, realçando-lhe uns grossos e longos lábios vaginais. Mas deixava antever umas curvas suaves, umas nádegas firmes, assentes numas pernas bem torneadas. Tinha uns longos cabelos com madeixas loiras, cobrindo-lhe parcialmente costas musculadas. Era casada com um marinheiro de longo curso, que se ausentava por longos períodos de tempo. Era como ele, nova na terra.
Não tinha tatuagens. – ufa… - João respirou, aliviado. Pelo menos à vista. As tatuagens davam-lhe uma certa repugnância.
Entraram para o compartimento exíguo e mal iluminado. A marquesa, bem no meio da sala, delimitava o espaço de ação. Uma janela com cortinados opacos e uma claraboia no teto deixavam passar uma iluminação envergonhada, criando uma atmosfera relaxante e convidativa. Umas essências de eucalipto deixavam uma agradável fragância.
João tirou a camisa e os sapatos e deitou-se em tronco nu na marquesa, de barriga para baixo, fechando os olhos. Ia relaxar. Bem que precisava, depois da visita atribulada minutos antes.
- Posso dar uma sugestão, Sr. João? Fazemos primeiro no peito e barriga que é onde doí mais… se preferir, é claro.
- Está bem. - Disse sem abrir os olhos, virando-se agilmente sem amarrotar a toalha de papel que cobria a marquesa.
Só aos primeiros puxões, é que João reparou na intimidade semiescondida. A custo, dominou a vontade de se apoderar impulsivamente daquele sexo, que passava mesmo em frente da sua cara. Tentou ignorá-lo, fechou os olhos e respirou fundo para não ter uma ereção embaraçosa. Mas os seus esforços foram infrutíferos. A altura da marquesa coincidia na perfeição, o perfume fresco e doce que emanava daquele corpo e aquela vagina carnuda tornavam impossível qualquer tentativa para ignorar a intimidade agora revelada e aliciante. O cansaço que anteriormente sentia devido à sua atividade de assistência tinha-se desvanecido.
Ana, inicialmente não se apercebeu das intenções do João, pois teve de se deslocar ligeiramente para baixo., para trabalhar o abdómen.
- Pode-se virar-se agora Sr. João. Vamos trabalhar as suas costas.
A posição era a ideal. Discretamente, João colocou a sua cara mesmo na beira da marquesa e começou a bafeja-la quando passava à sua frente e se demorava por breves segundos. Ana começou a sentir um calor a entrar-lhe pelo sexo, invadindo-lhe o corpo. Começou a tremer. Já eram muitos meses sem sexo. Masturbava-se com um vibrador velho e sem chama. Inconscientemente, aproximou-se, demorando-se cada vez mais tempo. De vez em quando, tinha de se deslocar para o outro ombro, mas rapidamente, voltava para aquela corrente de ar deliciosamente quente. Descontrolou-se. A sua timidez desapareceu. Era agora uma leoa selvagem, cheia de cio. Envolveu a cabeça do João e com um movimento de ancas, colou-lhe a vagina na cara, começando a masturbar-se com movimentos lascivos.
Com a cara bem colada ao seu sexo, João despiu-a rapidamente, expondo-lhe umas cuecas de seda rendilhada e transparente que deixavam vislumbrar uma púbis maravilhosamente ornamentada por um tufo de pelos pretos que contrastavam com a brancura alva da sua pele macia. E que delicadamente desciam ao longo dos seus longos e carnudos lábios vaginais, assemelhando-se a uma era escandecente suave e delicada, delimitando um clitóris finamente desenhado.
Levantou-a e deitou-a na marquesa. Tirou-lhe rapidamente as cuecas. Era preciso ser rápido, não estavam sozinhos e o tempo era escasso. Abriu-lhe as pernas e beijou-a delicadamente, roçando-lhe os lábios ao de leve, inspirando e absorvendo toda a fragância que emanava daquela deliciosa vagina. Ela gemeu e ele introduziu-lhe a ponta da língua, provando-a. Subiu em direção ao seu botão. Com a ajuda dos dedos, expos a sua cabeça tilintando-a com a ponta da língua.
- Hummmm, que bommmm, aiiiiiiii… - gemia ela, completamente rendida às carícias.
Com os lábios, envolveu-lhe o clitóris, sugando-o, mordiscando-o e massajando-o, e com dois dedos na sua vagina, completamente lubrificada, estimulou-lhe o ponto G. Sentiu-a tremer. Lambeu com deleite o muco viscoso que lhe escorria pelas virilhas, introduzindo-lhe a língua bem fundo. Com movimentos ritmados, como se de um pénis se tratasse, massajando-lhe o clitóris e introduzindo-lhe um dedo no ânus, estimulando-o.
Ana gemeu deliciada – hummmm… - agarrando-lhe a cabeça, enquanto lhe subia as ancas colando-a ao seu sexo.
- Aí que dás cabo de mim, que tesão meu Deus! - Balbuciou.
João introduziu-lhe mais um dedo no ânus e masturbou-a com intensidade. Ambos os dedos, deslizavam agora um sobre o outro, nos seus movimentos penetrantes, enquanto a língua lhe explorava o clitóris, duro e grande, cada vez mais rápido. A sua boca estava impregnada de muco vaginal. Lambuzou-se todo nele, lambendo-o, deliciado. Os gemidos dela ecoavam pela sala. O que os salvava do ridículo era o barulho ensurdecedor dos secadores de cabelo do salão.
O seu orgasmo foi explosivo.
João sobe por ela acima, abrindo-lhe a blusa, revelando uns seios firmes, arredondados e aveludados, com dois lindos mamilos de cor rosácea. Mordisca-os e beija-a docemente.
Ana está ainda atordoada com aquele cunillingus explosivo, mas está terrivelmente excitada.
- Foste sensacional. - Diz-lhe enquanto lhe mordisca o lábio, começando a descer por ele abaixo e mordiscando-lhe os mamilos.
Empurra-o docemente, levanta-se da marquesa e ajoelha-se à sua frente. João está bastante excitado. O seu pénis está grande, duro e pungente.
Ana agarra-o e começa a masturbá-lo. Primeiro muito devagar, a ver a glande desaparecer no prepúcio e a aparecer vermelha e grossa. Beija-a docemente com os lábios, passando a língua à volta dela, extasiada. Lambe-lhe o pénis, os testículos, sobe e engole-o todo até aos tomates. Ele geme de prazer. Adora sexo oral. Fica completamente rendido. Ela masturba-o enquanto o chupa, usando a boca com mestria, como se fosse uma vagina, enterrando-o até ao fundo da sua garganta, enchendo-a.
- ....Hummmmm, fosga-se que bommmm. Aiiii, chupa-me o caralho, engole-o, ai que broche, que mamada..... hummmm.
João adora dizer palavrões durante o sexo. Excitam-no, é uma forma de se libertar. Ana está galvanizada. Aquela situação com um estranho no meio do salão excitou-a. Além disso, adora fazer fellatio.
João quase que se vem, mas não é isso que ele quer. Quer mete-lo naquela cona deliciosa. Controla-se e tira-o bruscamente da boca dela. Levanta-a, beija-a e senta-a com brusquidão numa poltrona que se encontra na divisória. Abre-lhe as pernas, colocando-as em cima dos braços da poltrona e começa a masturbá-la, passando a sua glande luzidia de saliva pelo seu clitóris, vendo-a revirar os olhos de prazer. Introduz-lhe só a glande e fornica-a.
Ana implora, quer que ele a encha.
- Fode-me… por favor, fode-me. Não me tortures mais, enche-me com ele… quero-te todinho dentro de mim! - Suplica-lhe, gemendo.
João deixa-o deslizar suavemente até ao fundo, sentindo o calor e a doçura das suas paredes vaginais, incrivelmente lubrificadas. Levanta-lhe as pernas para os seus ombros e dá-lhe com vigor, com movimentos firmes das suas nádegas musculadas, enquanto lhe masturba o clitóris com uma mão e com a outra os seus mamilos róseos. João é coordenado nos seus movimentos. A visão do seu sexo a entrar e a sair daquela bela vagina, a expressão de prazer de Ana, com as unhas cravadas nas suas costas a ter mais um orgasmo, excitam-no muito.
Ana apercebe-se da eminência do seu orgasmo. Ela quer-lhe o sémen, deseja-o, veio-se pela segunda vez e quer vê-lo a vir-se, quer senti-lo quente no seu corpo, nos seus lábios. Afasta-o repentinamente e rodeia-lhe o pénis com os seus seios aveludados, masturbando-o com firmeza.
O orgasmo surge explosivo e violento. Os primeiros jatos são grandes e atingem-lhe os lábios, que ela lambe com deleite. Chupa-o e absorve as últimas gotas de esperma.
Beijam-se apaixonadamente. O prazer que proporcionaram um ao outro foi maravilhoso. O mundo pertenceu-lhes naqueles minutos mágicos. Compõem-se e João deita-se na marquesa para Ana acabar o trabalho, mesmo a tempo. A porta abre-se com estrondo. É Anabela.
- Ana, despacha-te que a cliente das 17.00 já chegou e a Madame não gosta nada de esperar.
- Está bem, querida. Eu vou já.
- Querida! - Exclamou Anabela - que termos são esses? - Aproximando-se da marquesa. O cheiro a sexo é por demais evidente. A situação é embaraçosa.
- Atchimmmm, atchimmmm, malditos ares condicionados, não os suporto. Desculpa, João, espirrei-te para cima.
- Não há problema Anabela, deixa estar. - Disse João, tranquilizando-a. - A Ana está já a acabar. Ela vai já.
- Está bem. Depois conversamos, Aninhas querida!!
- Hummm… - Murmurou Anabela, virando-se repentinamente, balançando as ancas, enquanto se dirigia para a porta. - Tens cinco minutos.
- Ufa! Será que ela desconfiou? Foi mesmo a tempo. Um minuto antes e tinha-nos apanhado em flagrante. Benditos ares condicionados.
- Se calhar teria gostado. - Retorquiu Ana. - Ela é bi-curiosa e gosta de ti. Não viste como balançou as ancas e te olhou por cima do ombro?
- Querida, vamos para o duche? - Pergunta-lhe João com um sorriso matreiro.


                                                                        José do Arco e Maria Flor 

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